
Todo dia pela manhã, depois que beijo o mar dando o consolo matinal que ele merece, me insiro entre os humanos e vou prum lugar onde o cheiro de carne humana é muito mais forte que o cheiro de sargaço da minha terra, onde as pessoas por não ter muitas alernativas pra desopilar, pra conhecer novas coisas, se divertem com elas mesmas. Esse povo suado que cruzo todo dia, maltrapilhos, esgotados... não há povo mais caloroso do que aquele que sua a camisa pra ter como sobreviver todos os dias. De incomodado passei a admirador dessa gente que vive excluída e ainda na utopia de ser capital de sua gente, povo que sorri da própria desgraça. A cada vez que tenho o prazer de estar com gente assim, aprendo a ser mais vivo, mais ser humano de carne e osso, porque eles são! Nunca consegui achar que minha realidade fosse a que vêm, a que supõem.... desde então vivo com meus passos rua por rua, tentando escutar respostas amigas, escondendo o vale de saudade que se esconde para além da minha pele.
.Quando saio desse mundo tento me recapitular nos sonhos e lampejos de minha filosofia, vou atrás dos meus devaneios melodiosos que insistem em sussurrar no meu ouvido que a música é o único caminho o qual eu teria botas pra trilhar... penso nisso em ônibus que fazem me sentir uma sardinha enlatada, no meio disso tudo crio músicas e esqueço, deliro em pensamentos que escorrem pela minha derme... e volto pro meu lar.
.a noite eu sou o que durante o dia inteiro luto pra ser, eu mesmo.
cada vez mais tarde...
todo dia passa um dia
desse dia a dia..
dessa luta diária contra algo que já se instaurou como meu cotidiano.
1 comentário:
passa dia.. passa.
quero viver perto de todos os seus sentimentos.
Amo vc
Monica
Enviar um comentário