quarta-feira, 5 de novembro de 2008

O ano que tinha 365 mêses.


Enquanto o mundo me consome, torna meus cabelos brancos, enxarca minha vista o fato de não ser um milhão dentre todos, me fortalece ser o único dela... sou sua cidade toda me perdendo entre os vários eus que me cercam.

Sem dúvida, a cada vez que noto a grandiosidade do mundo capitalista, me sinto menor, a cada frase desperdiçada com quem não acredita em poesias me sinto um lixo, como se fosse uma sobra, o que resta do que poderia ser se já não fosse o que já existe, e é tudo.

Acredito em cada acorde que coloco em minhas violinhas, a cada gesto e dizer seu, em Barack Obama, em Tom Zé e no Sir Manfredini, todos esses me encaraminholaram, igual aquela flor que coloquei na mão e mandei prá você... Lembro da minha mãe em cada ação do meu dia, o interessante é escutar algo que te será útil daqui a quinze anos... interessante é escutar os latidos daquele que hoje dorme e mora em mim, esse deve sentir mais solidão, pra longe dele também foi aquela civilização que o coçava...

Meus amigos se impressionam, preciso até do respirar deles, costumo ir no último lugar o qual te vi... toda flôr que cai no chão me dá um friozinho no coração. As idéias sobre a vida acontecem durante o dia, a noite, o cansaço só lembra da arduidade da próxima manhã, pois de manhã sempre me sinto nú, sem as armas de Jorge.

Tem horas que me sinto represa, noutras um pólo sul, noutras simplesmente um contato online...

Como falava São Tomás de Aquino, eu sou de uma estirpe tão própria e luminosa que não consigo me definir como contido em mim mesmo, no meu gênero, como quem me criou, não há o que possa me parametrar, quanto mais minha éspecie, talvez seja alguma forma de me colocar num corpo situado, um ser no mundo e dizer quem eu sou, fica sendo pouco visto o quanto também me sinto lá.

Me cercam pessoas como menos orgãos vitais que eu, não só as sem coração...

E quando as viscitudes vem, procuro um planeta e me escondo, outro dia estive em um que só tinha um baobá e um regador, me senti em casa e sozinho nesse planeta.

Um dia também conhecerei Macondo, cidade a qual Gabriel Garcia relata que toda sua população vez por onde sofre de epidemias de insônia que chegam a durar duas ou três décadas.


"Eu preciso salvar os velhos, eu preciso salvar as flores, eu preciso salvar as criancinhas e os cachorros"...

1 comentário:

Flor disse...

Acredito em cada acorde seu mais do que em mim mesma.. Isso me da forca pra fazer vc acreditar ainda mais nos meus gestos e palavras..

Igor quero vc.

Esse tempo vai passar muito depressa... vamos aproveita-lo com a mesma vontade que queremos que ele passe... para nao ser so mais um. Ele vai fazer muita diferenca na nossa vida.

Te amo
Monica